(Alex BambiL)
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Rosa
(Alex BambiL)
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Queda Livre
"As nuvens podem esconder uma estrela, mas elas passam e a estrela fica."
- Lucas Vauvenargues
Uns prelúdios de inverno, tudo tão denso no ar que respiro... a graça do bom perfume que te acompanha parece desenhar e desdenhar de qualquer beleza terrestre.
Preso, caindo em queda livre...
Esculpi as nuvens mais brancas com as formas do teu sorriso estrela, e as mais cinzas semelhantes aos dias de tua ausência... enchi uma garrafa com meus versos, e saí bebendo.
Alex Sandro Bambil de Lima
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Resfriado
Foram as canções dos verões,
A graça das estrelas azuis.
Na ironia de um inverno vão-se as ilusões,
Que graça há em tanto frio que cobre a luz?
O inverno é tão efêmero que dele não protejo mais,
A máscara é mais fria que um frio de noite sem estrela brilhando.
São mortas reminiscências vivas que cortam como o vento o que era paz.
Uma estrela se apaga e de madrugada fico juntando...
Como as plantas murcham sem reclamar,
Derrete, congela a cada golpe frio um coração a morrer,
Como as aves que voam cantando rasgando o ar,
O inverno era alegria, mas nele não há, apenas inverno torna a ser.
Alex S.B. de Lima
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Pé de Guerra, Mão de Deus
Não há o sentimento de estar vivendo no tempo errado, mas sim de viver erroneamente neste tempo. Daí há a esperança de alcançar este lugar que está em algum tempo, já que me parece que este às vezes não é o meu lugar, contudo, percebo que não há muito tempo.
E pensei em tudo isso desordenadamente enquanto a chuva caía naquela manhã sonolenta e nublada de domingo, enquanto os sons do centro da cidade e das portas do comércio subiam com seu grunhido metálico. E os passos rápidos passavam, os pássaros passavam, os carros passavam, o sono passava, a raiva passava e a chuva ia passando enquanto na minha mente se passava o quanto esta existência é efêmera, e de como tomar nota destas lucubrações matinais não faz nada passar e não me traz soluções lógicas e muito menos práticas.
Se eu passo pelo tempo ou o tempo passa por mim, o pouco que sei é que não disponho muito dele, e que muitas outras gerações que pisaram o mesmo chão que hoje piso, deixaram seus potenciais debaixo dele.
Por isso tento não me importar com o descaso, a perfídia e a soberba da vida que torna homens simples em Calígulas.
E ao chegar a casa, enquanto procurava algo doce para comer na cozinha e minha esposa recebia a visita na sala, ouvi a chuva caindo súbita, porém suave e abundante, e então abri a porta dos fundos e saí sem me importar com as gotas d´água que mergulhavam no meu copo de leite com achocolatado em pó; sem me importar em encharcar meus sapatos, meus cabelos, meu relógio e minha alma na chuva enquanto percebia que meu cansaço, frustração e desânimo gerados pela frieza dos relacionamentos e pelo capitalismo que não se importa com a minha dor de cabeça, são pequenos demais diante da mão que traz a chuva, faz cair as mangas pelo chão e enche meus pulmões com cheiro de terra molhada.
Alex S.B. de Lima
Limitado
Eu queria compor notas novas.
Eu tentei escalar este monte.
Queria rimar estes versos,
Ser brasileiro, correto, discreto.
Queria lembrar da música que sonhei.
Queria continuar aquele sonho,
Na verdade, queria dormir, fugir
E redescobrir como se faz rir.
Queria mudar o mundo, meu mundo,
Meu curso, meu caso, meu descaso,
Fotografar o acaso. Cheirar a água,
Deitar em nuvem, abraçar árvores e o vento,
Tocar o coração do Criador e respirar fundo,
Pisar a cama e deitar na grama.
Conter na mão um som de trovão grave e gentil
Que precede a sede de uma chuva sutil.
Queria contar algo que não fosse de mim,
E, ainda assim, queria que não tivesse fim.
Queria o som do trovão para expulsar a água salgada dos olhos;
Mas assim como o verbo, como a canção, como o verso,
Ela não ficou tudo como eu queria.
Alex S.B. de Lima
Planejando ser Humano
Alex S.B.de Lima
Academês que passa.
que o rapaz era um tanto estranho, mas era educado, escrevera peças
teatrais, era leitor voraz, pregava a igualdade, batalhava por melhorias no sistema de educação, enfim...De tanta emoção diante do bilhete que estava sobre sua sisuda mesa com as recomendações sobre o rapaz, a professora Mestra ignorou um outro recado que também ali estava e saiu contente, estava próximo a hora de iniciar a aula, já andava rumo à sala de aula, pensando em como usaria este primor de rapaz para quem sabe despertar um certo interesse, um ciuminho que fosse naquele "bando de academicos desleixados" que possuía, como costumeiramente dizia a seus colegas daquela faculdade periférica e caipira.
terça-feira, 2 de junho de 2009
O rato e o Gato Caolho
"Nunca a
)
verdade ajuda a sofrer menos". (Jean Rostand
- Oi – deixando seu “oi” deslocado no ar.
- Oi – responde o gato ainda sem entender tal atrevimento.
- Você gosta de livros?
- Sim.
- Hum...
- O que foi com teu olho?
- A vida me feriu.
- Que pena!... – após uns quinze minutos de sepulcral silêncio o rato prossegue:
- Tens uma pelagem bonita, posso passar a mã...
- Não! – o gato recua.
- Desculpe, eu só queria... perdão... tenho te observado, parece tão inteligente, és tão belo e...
- Por favor! - interrompe o gato - deixe de ironias!
- Não são ironias! Por que és assim? Acaso é o que fizeram com teu olho? É a vida? Eu posso ajudar, permita-me te ajudar e fazer com que veja como és belo, e como a vida é bela, eu tenho o remédio...
- Mas ratos trazem doenças!
- É... eu posso ser o remédio e o veneno, diz o rato envergonhado.
Deparado com sua fragilidade, o gato aos poucos e com muita resistência se permite ser ajudado e diz ao rato.
- Obrigado por me ajudar, mas, convenhamos, isso não o torna menos rato – e se vai embora.
O rato também se depara com sua fragilidade e limitação, e ali fica.