quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Quando ela se vai


Quando acordei ela não estava aqui.
Morana partiu da mesma forma que chegou: soturna, sem aviso, sem cerimônia.
Com ela se foi a prostração da alma.
Levou consigo horas de mortificação, de desalento, horas a fio que não terei volta.
Levou sua amiga de gadanha em punho.
Olho para a tela preta e não a encontro.
Procuro na gaveta desarrumada e ali o reflexo da desordem desses dias.
Aslan me retoma, me arruma a bússola, os planos engavetados têm novamente cheiro de novo.
Na porta, retrato, duas flores que cintilam esperança, dois doces de se tirar o amargo.
Café da manhã com gosto de comida, sou inteiro outra vez, faça da espera, caminhada, outra vez.
Descanso com recompensa.
Vida a cada toque do sol.
É no sorriso de duas flores que a vida vibra pisando duro no chão, o que tenho é raro!