sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Stand by me




Dsiléixico, Desligado, pra longe vai...
Os documentos, as palhetas, as datas, os diários de classe...
A informática, a gramática...
Você é burro?
Tentando ser ético, tentando ser rápido,
tentando ser ágil...
Tá pensando em que?
Nas falácias? Nas estrelas? Nos cachos das acácias?
Você não presta atenção?
Escreveu, somou tudo errado,
É só matemática, é só lógica é tudo tão fácil...

Quando eu estiver em standby,
Oh darling! darling! stand by me!

Disperso, desaparece, complexo, sem nexo

Anorexia de pensamentos,
O Alex perdeu o léxico, perdeu pra dislexia
Não anotou os acordes,
Esqueceu a poesia.
 

AlxeSndroBamiBl



terça-feira, 26 de outubro de 2010

Palavras das horas do dia

        
         Hoje a hora é todo um dia que não termina.
         Esse chão frio acolhe meus pés descalços e absorve as cantigas nunca cantadas e as palavras que não foram escolhidas. Enquanto os pensamentos vão na fumaça da chaleira vagarosas caem no vão de cada paralelepípedo onde pisou.
         Hoje o dia é um esboço de uma tristeza que não sei como termina e eu lembrava como tinha começado.
         Corro para um horizonte que me foge. Ainda tenho pedaços da pele da sanidade debaixo das minhas unhas ainda sujas com o sangue azul. Tropeço devagar, preso, caindo em queda livre.
Depois de me enlouquecer e revirar minhas gavetas de saudades sem minha permissão, depois de me pôr para dormir e gritar um nome para me acordar, depois de envenenar meu jardim, depois de me envelhecer a pele, me tomar pelo braço e espalhar todas as lembranças sobre a mesa, depois de deixar a luz acesa sobre meu sono, rasgar as esperanças, chupar todos meus ossos e cravar os dentes em meu coração, essa nostalgia não satisfeita, leva a poesia cativa e a arremessa para fora de mim... meus versos querem revidar.
       O som do sorriso é música... ando ouvindo ela por aí.
                 Qualquer calçada vira pista de dança... melancólica alegria.
                                                                                                                    (AlexSandroBambiL)

Livro do Desassossego

"Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?"

Bernardo Soares
(Livro do Desassossego)

domingo, 24 de outubro de 2010

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ventoeste


Débeis lá fora sem bússola as folhas caem
Faces de fora insípidas nas ruas são todas iguais
Difícil nostalgia da face que trazia alegrias a mais
Urutau cá dentro notívago canta as luas que saem

Estalam as últimas folhas de outono
Balançam nos varais as roupas que secavam
Tolda o céu que assopra um pássaro sem dono
Poeiras dos quintais vermelhas se elevam.

Uma canção que por recordação acalma
A rabiscar versos e paredes a esmo
A procurar por cima, por rima e por alma
Vais ver que sou poeta, sou louco mesmo.

Coisas estalam como ossos na tempestade cinzenta,
Vem rugindo, derrubando ninhos com voz violenta
Tempestade aqui dentro e do outro lado da janela
Chuva de vento e angústia da espera

Vou de encontro, não vou me abrigar,
Sou grama na tempestade que vem de onde você está.

AlexSandroBambiL