quarta-feira, 6 de junho de 2012

Incômoda




Eu que preciso transformar minha ansiedade em brisa
Não é justo ter só eu...
Tenho uma noite cor de neve debaixo do travesseiro,
A verdade tem dono.
Respeito e paz no ataque contido.
Compaixão, egoísmo, ternura, saliva, suor e lágrima.

Meias palavras,
Meias verdades,
Mentiras inteiras,
Meia noite ou mais

É injusto eu não ter bolsos
São injustos meus presentes ilógicos,
Só faço isso por baixa auto-estima!
Não é justo um sofá de trincheira,

É tudo deposto,
Tudo oposto,
Tudo avesso,
Tudo desgosto.

Palavras que você dizia que eu falava e não me ouvia
Esse choque térmico que me tira o chão,
E mo devolve descalço e gélido,
Me enlouquece a seta da bússola.

Não há mais verbo nem presente,
Esse estrondo de tua porta batendo,
Não é justo poder sequer novas pétalas,

Sou quem volta, querendo ir,
Ao som da voz que me denuncia minhas imposturas,
Não é justo, te tornar quem diria quem não seria.

A cômoda,
Pouco incômoda...
Agora tanto incomoda,
Objetos velhos, significados novos,
Objetos passados, significados pesados.

A desgraça virou piada...
é mais cômodo, não é?
Quis de volta o fardo leve.
Não me joguei...
Me empurrei vida, janela a fora.

E mesmo que a gaveta estivesse arrumada,
Eu não encontraria nada de razão,
Eu que tanto de inverno falei,
E agora tudo baixou temperatura?

Justo cacto morrer de sede...
Não é justo fim sem final...
Guerra fria...
E os sons que me derrubam no chão que não existe mais...


Meu senso que nunca foi bom!
Eu, hipócrita reaprendendo a regar jardins,
Sou quem foi, tentando encontrar a volta,
Tá com defeito! Demora quanto pra arrumar?








terça-feira, 29 de maio de 2012

terça-feira, 8 de maio de 2012

Rasa



Tens razão
Ou toda ela te tem
Tens razão em não se importar
Tens razão se não te importas
Tens razão se queres odiar, mas
Se odeias, é porque inda te importas...
Mas e que razão há nisso?

Tens razão
Toda ela
Dos olhos faiscando
As palavras flechando
Meu barulhento mundo mudo
Meu mundo fechado que um dia se abriu

Tens razão
Desta que me ausenta de toda
Desta que aniquila a nossa rasa cumplicidade
Razão nenhuma tivemos, mas toda a tens.

Tens razão de me matar
Cada vez que quis respirar
O mesmo ar de dentro de sua redoma
Tens razão em ser gelo e pedra
Mármore e cacto

Tens razão
Todas quanto quiseres
Todas quanto não tenho
E de que alguma delas me valeriam?

Não há razão
Para tantas setas
Que apontam para lugar nenhum
De razão nada tenho
Nem de são tive

Tens razão em duvidar
E eu sem razão
Nada posso mais
Apenas uns versos rasos sobre rosas
Umas canções sem razão de existir
Umas rimas rasas rasgadas...

Uma sagrada canção
Umas recordações mudas sangradas

Tua voz em tom de toda razão.

AlexSandroBambiL

sábado, 17 de março de 2012


"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
(Saramago)

sexta-feira, 16 de março de 2012

A conta da saudade quem é que paga?



Voz, violão, imagens, edição de áudio e vídeo: Alex Sandro Bambil - Letra: Fernando Anitelli "Samba de ir embora e só".