sábado, 20 de agosto de 2011

Vende dor


Sem venda nos olhos,
Depois da venda dos versos.
Alugo a lágrima,
A longe lástima
Em longo prazo.
Alego saudade,
E ela me cobra à vista.
Vendo nostalgia,
E ela me vendo os poemas.
Vendo sonhos,
Vendo rosas
Mas revendo, nenhuma é igual a aquela.
Parcelo lembranças,
Vendo esperanças,
Dou o coração...
Vendo janelas,
E através delas,
Vendo estrelas.


AlexSandroBambiL

Ex Tático

A volta dos ponteiros
Em volta sem vibração
Sobrenaturais.
De olho no calendário
De pé no lugar sem nome
Me visto de cores calmas,
Haja visto sem cores,
Não são,
Não sóbrio,
Não som,
Não próprio
Sem sentido,
não aquele de Aurélio.
É o gosto das palavras ditas com outro recheio,
O interruptor do olhar
Olhando pro nada
Pensando em tudo

AlexSandroBambiL

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Tem gosto II


Varre as folhas e deixa tudo seco
Entre inverno primavera,
Entre céu cinza, rosas vermelhas,
Versos do inverno passado
Poeira nos olhos
E você é igual a esta ventania
Que balança copas,
Sopra varandas,
Deixa aves sem rumo
Bate minhas portas
Me deixa exposto
À mercê, agosto.

AlexSandroBambiL

Chuva de vento



Calmaria de se assentar na calçada,
Para ouvir o farfalhar dos ramos, som de vento e mais nada
Aquela calma quando se dorme com o longínquo som de trovão.
A silhueta das árvores revelando-se em segundos de clarão.

A paz de chuva lambendo os trilhos
Asas atravessando morros fugindo
Aquele cheiro de tempestade rugindo,
Abrigo de andarilhos.

Farpas e madeiras rangendo
Gretas, raízes e cochos encharcados
Som surdo de juriti gemendo.
Atravessa cercas e arames farpados.

Tudo mais verde que outrora, truque de nuvem
Quando tudo baço, onde as aves moram agora?
No espaço desaparecem, somem, escondem?
O azul, as sementes, as aves, a estrela... Aonde agora?

AlexSandroBambiL

Rascunhos




Na fúria de depois de sol posto,
Sob a janela daquele janeiro,
Destruí à sombra da dor...

Aqueles que foram para a lixeira,
Aqueles que ninguém viu,
Aqueles que nem a nostalgia quis,
As palavras que não encontraram rimas,

Entre a flor e o riso,
Entre o rolar da caneta e o escrever da lágrima.
Entre o calor do abraço e o frio destes quilômetros.
Aqueles que viraram rascunho para lista da compras do mês.

Poemas de café e canela.
Aqueles versos que minha notívaga mente digna de pena não trará de volta.

AlexSandroBambiL