quarta-feira, 8 de agosto de 2018

(res) Peito de aço

Ninguém respeita 
Quem não vai embora no primeiro grito.
Porque nunca ameacei te atirar
Nem tirar o corpo fora.
Nunca roubei uma bicicleta,
Nunca me droguei.
Porque nunca dei um tiro do seu carro
Nunca usei uma farda
Nunca tive um emprego decente
Ninguém respeita o fraco
Ao meio-fio 
Ao meio-dia
Em meia idade
Em inteira desgraça
Ninguém respeita quem quer se atirar
Com um pé no para peito
O outro na ponte 
Safena
De peito aberto
Lamuriando
Passado em branco
Noite em claro