quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Urutau



“Versos tristes são aqueles quando tento escrever


sobre tentar escrever vesos.”


(Alex Sandro Bambil de Lima)





Urutau no canto torto,

Canhestro alado no canto desafinado;

Inerte, sombrio, absorto,

Amuado sob o tronco lascado.



Larga vez em vez esta voz...

Você não tem asas,

Expulsa esta lira atroz



Que cora a tez com rimas rasas.

Admiração e espanto solfejam seu canto noturno

É um pranto quando vê a estrela brilhar,



No trovão que esconde seu canto taciturno

Na chuva se lança no fel da lembrança de quem não está.



Canta assim para si mesmo,

Mesmo que seja a esmo,

Um verso tosco numa nota menor qualquer,

Na tempestade se desfazia sua epifania de mulher.



(Alex Sandro B. de Lima)






2 comentários:

Leichtverderblich disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leichtverderblich disse...

"Û" Urutau em rara apresentação tanto pela fotografia, quanto mais pela canção.
Um que se para muitos não gorjeia, outros poucos, como o eu-lírico, em sua simploria lucubrez se deleita.
E eu também, eterno adimirador da camuflagem de sua raça, desejo também esconder-me de inóspito ambiente, mas sem confundir-me com as escabioses do meio, mas mimetizar certas letras de um certo poeta certo, o qual cada vez mais admiro!
Urutemo-nos et de ne jamais être perdants!!!