sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ventoeste


Débeis lá fora sem bússola as folhas caem
Faces de fora insípidas nas ruas são todas iguais
Difícil nostalgia da face que trazia alegrias a mais
Urutau cá dentro notívago canta as luas que saem

Estalam as últimas folhas de outono
Balançam nos varais as roupas que secavam
Tolda o céu que assopra um pássaro sem dono
Poeiras dos quintais vermelhas se elevam.

Uma canção que por recordação acalma
A rabiscar versos e paredes a esmo
A procurar por cima, por rima e por alma
Vais ver que sou poeta, sou louco mesmo.

Coisas estalam como ossos na tempestade cinzenta,
Vem rugindo, derrubando ninhos com voz violenta
Tempestade aqui dentro e do outro lado da janela
Chuva de vento e angústia da espera

Vou de encontro, não vou me abrigar,
Sou grama na tempestade que vem de onde você está.

AlexSandroBambiL

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