terça-feira, 26 de outubro de 2010

Palavras das horas do dia

        
         Hoje a hora é todo um dia que não termina.
         Esse chão frio acolhe meus pés descalços e absorve as cantigas nunca cantadas e as palavras que não foram escolhidas. Enquanto os pensamentos vão na fumaça da chaleira vagarosas caem no vão de cada paralelepípedo onde pisou.
         Hoje o dia é um esboço de uma tristeza que não sei como termina e eu lembrava como tinha começado.
         Corro para um horizonte que me foge. Ainda tenho pedaços da pele da sanidade debaixo das minhas unhas ainda sujas com o sangue azul. Tropeço devagar, preso, caindo em queda livre.
Depois de me enlouquecer e revirar minhas gavetas de saudades sem minha permissão, depois de me pôr para dormir e gritar um nome para me acordar, depois de envenenar meu jardim, depois de me envelhecer a pele, me tomar pelo braço e espalhar todas as lembranças sobre a mesa, depois de deixar a luz acesa sobre meu sono, rasgar as esperanças, chupar todos meus ossos e cravar os dentes em meu coração, essa nostalgia não satisfeita, leva a poesia cativa e a arremessa para fora de mim... meus versos querem revidar.
       O som do sorriso é música... ando ouvindo ela por aí.
                 Qualquer calçada vira pista de dança... melancólica alegria.
                                                                                                                    (AlexSandroBambiL)

Um comentário:

LuNiKa disse...

Demorei mas acheiii!!!

tah muitooo bom!!!


:*

bjinhus iluminados!!

parei tnho mt coisa pra ler...