segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Fora do ar




Porque eu sou tão desligado as pessoas se irritam.
Eu ando devagar para provocar a chuva a me alcançar
E provoco os céticos exprimidos sob os toldos que têm medo de se molhar.
E dormir é me anular, é fugir, é esquecer, e eu sempre me esqueço,
porque sou desligado demais.
Poetizar e musicar é bálsamo para o cerne da alma;
Eu tento lembrar de não esquecer as chaves, as roupas pela casa,
as meias sem pares, as meias palavras, a alma na sala e o vilão no sofá,
mas eu sou desligado demais.
Eu ando na tempestade sem medo da chuva, mas esbarro no medo dos raios,
porque sou desligado demais.
Prometo quebrar, revolucionar, mas abandono a alma nas canções,
durmo nos acordes,
acordo no silêncio,
foco violões, toco nas neblinas das manhãs, aumento o volume,
ligo o chuveiro, porque sou desligado demais.
às vezes não ligo, só ascendo.
Não que eu não ligue, apenas quero esquecer,
e eu sempre me esqueço,
porque sou desligado demais.


(Alex Sandro Bambil de Lima)

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