O inverno ainda não
tem uma semana.
Muito embora foi um
ano de frio que não passa.
Muito embora
aconteceu.
Muito embora se
doeu.
Há quase cinco anos
que me engana
Faz que vai e fica,
Morana.
Folhas pastéis
Poeira que estrala
sob os pés.
Sequidão de estio
A vida por um frio.
Morana, maldita
Já te vi, escondida
É inverno já no
meu nariz.
Veja, Morana, é de
novo frio seco.
É domínio de teu
reino desencantado.
É desandar contigo
pra todo lado.
Mudou de estação e
nem se fez cicatriz.
É violão no canto
quieto.
Jadis, minha
desgraça gelada,
Minha madrugada
calada.
Minha neblina de
constipação.
Ossos secando no
chão.
É inverno de novo,
silêncio azulado.
É viver de mentira,
verbo não conjugado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário