Não há perdão
Para o amor insólito
Cotidiano insípido
Desgraçado cálido
Raiva de ímpeto
Não há perdão
Para o olhar pérfido
Para o adúltero de
coração
Para o infeliz do
crime
Para o sangue na mão
Não há perdão
Pra quem só deixa
dúvida
Pro amor íngreme
Pro coração
trôpego
Pra quem faz de seu
amor último
Dor de sonâmbulo
Conversa de bêbado
Chega a ser física
A dor da traída
De um amor líquido
De um violão sem
música
De um cálice
pútrido
Não há perdão
Pra quem deixou
Um rastro fétido
De feridas vívidas
De morte sem
antídoto
Não há perdão
Para um ser de
miséria
Para a vergonha
pública
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