domingo, 21 de junho de 2015

21 de junho [2]



Resolverá. Pouco sonoro. Muito sombrio.
Igual meu urutau,
Abrirá, antes de acender a luz
A porta dos versos, das notas menores, dos pés frios,
Do som azul escuro.
Penumbra de quarto.
Sons lentos, passos arrastos, chás mornos, chamas laranjas, soluços descalços,

Cafés

Recém

Passados

Espelho embaçado, fumaças cansadas,     Constipação...
Espero o ano todo.
Sol que não aquece
Vento navalha
Luzinha morrendo
Lápis desapontado

Morreu, semana passada, de calor intenso e fome matada os versos sonsos
Do último 21 de junho
Morreram em agonia de caneta
Em agoniza de poeta
Em dedos rijos de pestana
Seguro com duas mãos o café dono da fumaça...Olho de coruja e vidro
É barroco
Claro e escuro
Cíclico escondido no casaco cheiro de mofo
Decaído solstício num espaço com fogo.

Nem rosa nem resposta.
Diferente igual todos os ciclos.
Eu deixo o frio vibrar devagar, tudo manso.
Eu deixo os móveis encolherem e estalar.
Escolherem partir ou ficar.
Prendo o ar gélido em respiração lenta.
Hirto...
Sem palheta.
Sem calor
Sem sentido
Sem suor.

AlexSandroBambiL

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