quinta-feira, 26 de junho de 2025

21 de junho 2025

 


Dorme mais uma vez, serena enquanto meus demônios fardados dançam como fumaça ao redor da luz que me alumia madrugada fria. Riem, zombam, voam como insetos na luz. Dorme, pois não há peso algum, não há remorso, é leve. 

Esse emaranhado de tanto não ser procuro uma identidade, sabendo que é tudo sombra, tudo névoa, tudo silêncio deste inverno. Não há farda que eu possa dar algum orgulho, não há forma que agrade assim em não ser alto e magro.

Quando este 21 de junho chegou, os pés já adormeceram de frio, não sinto mais, não ouço mais, os lábios ressecaram e não comunicam, as mãos precisam se aquecer, não saem mais do bolso para bater na cômoda.